9 de fevereiro de 2015, 08:05

Amamentação – Benefícios do leite materno

Compartilhe

BENEFÍCIOS DO LEITE MATERNOBENEFÍCIOS DO LEITE MATERNO
O leite materno é um composto natural que possui todas as substâncias que faltam ao recém-nascido, protegendo-o de agressões diversas, como as provocadas por doenças causadas por vírus e bactérias. Além disso, possui os nutrientes necessários ao crescimento até o sexto mês de vida.

Contém anticorpos que o protegem contra doenças infantis, neuropsicomotoras, alérgicas ou infecciosas, doenças principalmente relacionadas ao aparelho digestivo e respiratório.

O leite materno possui elementos antiinfecciosos: os leucócitos (células brancas) que destroem bactérias perigosas e substâncias que causam alergias e a lactoferrina, proteína que atua no intestino impedindo o crescimento de bactérias e fungos. Possui outra substância, chamada de fator bífido, que também atua no intestino, destruindo bactérias e evitando a diarréia.

Não existe nada mais natural, nem um composto mais completo, que possa substituir o leite materno. Ele é o alimento mais importante para o desenvolvimento saudável do bebê.

O número de mulheres que não podem produzir leite é mínimo. Por isso, é importante que a mãe insista no aleitamento natural. Já está provado que crianças amamentadas no peito resistem melhor à infecções, desenvolvem uma dentição mais saudável e são mais seguras emocionalmente.

Claro que, à medida que o bebê se desenvolve, ganha peso e aparecem os dentinhos, novos alimentos podem e devem ser incluídos na sua dieta.

O vínculo afetivo mãe e filho, estabelecido no ato de amamentar, é insubstituível. A intensa proximidade e o envolvimento criam um poderoso elo.

MÃE E FILHO – ELO SUBLIME
É necessária muita compreensão no momento inicial da amamentação, pois esse relacionamento envolve muitas alegrias, angústias e até medo, por ser um período de novidades intensas.

O bebê interage com sua mãe desde os primeiros sinais de vida, pela audição, olfato, visão e tato. Na amamentação, acrescenta-se a satisfação oral por completo da necessidade de sucção do bebê.

A amamentação permite a aproximação dos corpos, jogos de olhares e prazer, havendo uma troca de amor e doação, fortalecendo o elo afetivo constituído pelo binômio mãe-bebe, tão importante para o desenvolvimento psicoafetivo da criança. É importante que a mãe se lembre de que amamentar está longe de ser um ato relacionado apenas à nutrição de seu filho.

A amamentação deverá ocorrer pelo menos nos seis primeiros meses de vida.

O bico do seio deve ser preparado antes do parto, para facilitar a amamentação. O médico deve orientar a mãe sobre como fazer.

MEIOS PARA UMA AMAMENTAÇÃO DE FORMA CORRETA E CONFORTÁVEL
Ao amamentar, a mãe deve estar em ambiente tranquilo, sentada com as costas eretas, em cadeira confortável e com os ombros relaxados, segurando o bebê na posição lateral com sua barrigudinha encostada na barriga da mãe. O bebê deverá estar posicionado para que a nuca coincida com a dobra do braço e a mãe apóie sua mão no bumbum do bebê. A mãe deve ficar atenta para que a cabeça do bebê esteja mais elevada que o restante do corpo.

Com a outra mão, a mãe facilitará a pega dos seios com os dedos abertos em posição de tesoura ou de concha. Para estimular a sucção, é só roçar o mamilo nos lábios do bebê. Além do mamilo, o bebê deverá abocanhar o máximo possível da aréola, pressionando assim os duetos de saída do leite e evitando também que engula ar pelos cantos da boca.

A pega correta estimula a glândula mamária a produzir mais leite, permitindo que o bebê se alimente à vontade, sem “morder” os mamilos com as gengivas afiadas, evitando fissuras e rachaduras nos seios.

Para que o bebê largue o seio da mãe, basta colocar o dedo mínimo no canto de sua boquinha, que ele vai soltá-lo imediatamente.

O hábito de sugar o seio é importante para o desenvolvimento dos maxilares do filho. Bebês que mamam no peito se esforçam 60 vezes mais para se alimentar que aqueles que tomam mamadeira.

O hábito de usar mamadeira pode gerar, ao longo do tempo, dificuldades da respiração e na fala.

Quando a criança tem uma amamentação natural, ela suga o alimento que lhe traz prazer oral e satisfaz sua fome, fazendo esforço e exercitando, assim, a musculatura. Já com a mamadeira, poderá sentir necessidade de exercitar a musculatura da boca, mostrando uma tendência a sugar o dedo. A fome é mais rapidamente saciada ao gotejamento da mamadeira e não requer grande esforço ao sugar.

Ocorrendo de forma natural, as funções respiração, amamentação, mastigação e deglutição oferecem estímulos externos necessários que proporcional o crescimento adequado da face.

EXERCITANDO A MUSCULATURA – ESTÍMULO ORAL
É importante entender como ocorre o esforço para extração do leite materno durante a amamentação. A boca do bebê se posiciona de forma que a parte anterior (gengiva superior) se apóie na superfície superior do mamilo e parte do seio. Enquanto isso, a mandíbula faz o movimento de ordenha para a frente e para trás e a língua trabalha como uma válvula hermética. Quando o bebê suga o seio ocorre um perfeito vedamento da boca, que provoca a respiração somente nasal, havendo então um esforço maior para a retirada do leite.

Esse esforço físico de ordenha se torna mais intenso, movimentando a mandíbula para a frente e para trás de forma sincronizada com a deglutição. Ao mamar na mamadeira, a exigência dos músculos é bem menos intensa.

Apenas como reforço da informação, o fluxo de leite na mamadeira não precisa dos movimentos de avanço e retração. A língua fica quase parada, com leves movimentos de vaivém, funcionando como uma válvula e impedindo que o bebê se afogue.

Durante a amamentação, o bebê acumula certa quantidade de leite na cavidade bucal. Esse leite é lançado para a parte posterior da boca por dois motivos, o primeiro causado pelo vedamento anterior da boca em contato com o mamilo. O segundo, por causa da elevação da língua com o fechamento nasofaríngeo, pela elevação do palato mole (parte posterior do céu da boca), facilitando assim o reflexo de deglutição do leite.

O trabalho intensivo de avanço e retração da mandíbula, realizado pelos músculos faciais responsáveis pela mastigação, faz com que estes estejam em função. Isso evita a sua flacidez e prepara-os para uma boa função mastigatória no futuro com os alimentos duros.

Esses movimentos de avanço e retração realizados pelos músculos fazem que a articulação da maxila e da mandíbula (ATM), receba estímulos neutrais constantes. Isso promove o crescimento da mandíbula, fazendo com que esta se encontre em posição ideal para a erupção dos dentes decíduos (dentes de leite).

Durante a amamentação, o bebê não solta o seio materno, respirando, dessa forma, somente pelo nariz, o que promove a correta filtragem, umidificação e aquecimento do ar.

Esse estímulo é responsável pelo desenvolvimento facial adequado. Portanto, vê-se que, por meio da amamentação, a mãe poderá ajudar a evitar problemas futuros de deglutição, mastigação, fonação e tratamento ortodôntico para seu filho.

A amamentação no seio materno previne a “Síndrome do Respirador Bucal”, a deglutição atípica, maloclusões, outras doenças do aparelho respiratório, disfunções na articulação e dificuldades na fala.

Para muitas mães, o início da amamentação é muito difícil por diversas razões, entre as quais as dores, sangramentos, fissuras, infecções ou depressão. Mas acreditamos que todo esforço é válido para se manter ou retomar a amamentação sempre que possível, devido a todos os benefícios que ela pode proporcionar.

Fonte: Saúde Bucal do Bebê e do Adolescente, editora Santos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

©2024 Lourenço Odontologia. Todos os direitos reservados.