3 de junho de 2021, 09:13.

PANDEMIA FAZ CRESCER CASOS DE BRUXISMO

Já existem muitos estudos na área de psicologia dizendo que o estresse e a ansiedade causados pela pandemia podem afetar a saúde mental das pessoas. Porém, a nossa arcada dentária também pode ser prejudicada por estes sintomas, que muitas vezes se manifestam na forma de bruxismo, que é o hábito de ranger ou apertar os dentes.

Os fatores que predispõe ao bruxismo podem ser:

• Locais (como contatos prematuros entre os dentes ou interferências oclusais)
• Sistêmicos (indivíduos com problemas respiratórios ou distúrbios psicológicos)
• Psicológicos (estresse e ansiedade)
• Ocupacionais (relacionados à prática de esportes)
• Hereditários.

Segundo autores, os eventos do bruxismo ocorrem principalmente durante o sono leve e estão relacionados a microdespertares onde há um aumento da atividade autonômica simpática com o aumento da ativação cardíaca e cerebral precedendo o início da atividade nos músculos suprahioideos e mastigatórios na forma de movimentos rítmicos mandibulares. Esse envolvimento do sistema nervoso autônomo com os movimentos mandibulares sugere que o bruxismo seja mediado centralmente por vários neurotransmissores principalmente pelo sistema dopaminérgico. A dopamina pode causar o aumento dos batimentos cardíacos, náuseas, aumento do tônus dos músculos supra-hioides e início da atividade muscular mastigatória rítmica do masseter e, consequentemente, o ranger de dentes. Contudo, apesar de mais raro, o bruxismo também pode se dar com o indivíduo acordado, que é o chamado bruxismo de vigília.

No caso da pandemia, o bruxismo está associado aos fatores emocionais que a quarentena tem provocado nas pessoas, principalmente nas crianças. Durante períodos pré-pandêmicos, as crianças tinham compromissos como ir à escola, esportes, ou atividades lúdicas como aula de música / teatro. Desta forma, esta mudança de hábitos pode acabar gerando mais ansiedade e consequentemente gerar bruxismo.

O diagnóstico do bruxismo pode ser clínico, por meio da identificação de desgastes dentários, ou com exame de polissonografia. O bruxismo pode causar problemas na ATM, que é a articulação que liga nossos maxilares, como dores ou disfunções. As disfunções na ATM, chamadas DTMs, por sua vez, podem limitar a mastigação e a movimentação dos maxilares e causar estalos ou trepidações.

O primeiro passo para tratamento do bruxismo é tentar identificar sua causa. Se estiver relacionado a estresse, a melhoria da qualidade de sono é essencial. Especialistas recomendam evitar o uso de telas e atividades físicas próximo ao horário de dormir e manter uma rotina com horários estabelecidos para se deitar e levantar. Além disto, a ajuda de profissionais capacitados no controle de estresse /ansiedade também é importante, identificando caso a caso que tipo de terapia se encaixaria melhor para aquele paciente. Costumamos indicar a procura de psicólogos, psicoterapeutas, entre outros.

Em alguns casos, junto às terapias, podemos lançar mão também de medicamentos ou o uso de placas para bruxismo. Para controlar o bruxismo na vigília, há alguns aplicativos de celular que lembram as pessoas de desencostarem os dentes periodicamente, assim cessando o hábito do bruxismo. Consulte o cirurgião-dentista para que ele planeje o melhor tratamento de acordo com seus sintomas.

Fontes:

FOUSP na mídia: Estresse causado pela pandemia faz crescer os casos de bruxismo

http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-72722015000100012


https://www.revodontolunesp.com.br/article/588017d87f8c9d0a098b4938/pdf/rou-35-2-157.pdf

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